Manoel, o ser de luz. Nono Capítulo: Lucas se casa com Amaraliz e Juvenal se torna o sucessor de Manoelzinho.
O casamento de Lucas e Amaraliz.
No ano seguinte à partida do gatinho Manoelzinho, Lucas, agora com 21 anos, sentia o peso e a leveza de sua nova vida em São Paulo. O Abrigo Estrelinha, construído no quintal do prédio com a ajuda de vizinhos e voluntários, continuava a ser um farol de esperança para gatos abandonados, e o jazigo com a constelação de cinco estrelas gravada na lápide permanecia como um símbolo do legado de Manoel, Biriba, Bituca, Assad e Manoelzinho. Lucas, guiado pela mesma mão invisível que inspirara seu pai, Manoel, o escritor, e sua redação de infância, encontrava propósito em seus roteiros e em sua dedicação ao abrigo. Mas, naquele ano, dois sonhos maiores floresceram, como se as estrelas no céu tivessem conspirado para iluminar seu caminho.
O primeiro sonho foi selado em uma tarde ensolarada, quando Lucas se casou com Amaraliz, a jovem veterinária que voluntariara seus cuidados no Abrigo Estrelinha. Ela, com seu coração gentil e sua paixão por salvar os animais, tornara-se não apenas uma parceira no trabalho do abrigo, mas a companheira que compartilhava seus sonhos e sua crença no poder do amor. A cerimônia, simples e cheia de afeto, aconteceu no quintal do abrigo, ao lado do jazigo de Manoelzinho. Vizinhos, voluntários e até alguns gatos resgatados pareciam fazer parte da celebração, enquanto o céu de São Paulo, por um milagre raro, revelava as cinco estrelas da constelação brilhando ao entardecer. Manoel, Márcia e Clara, vindos de Ipanema, estavam lá, com lágrimas de orgulho, sentindo que a união de Lucas e Amaraliz era mais um elo na corrente de bondade iniciada pelo mendigo de Ipanema.
O segundo sonho se realizou na Bienal do Livro de São Paulo, onde Lucas lançou seu primeiro livro infantil, Biriba e Bituca, a amizade das estrelas. A obra, escrita com a mesma sensibilidade que marcara sua redação de infância, contava a história de um gato e um cachorro que, ao lado de um menino sem nada, encontravam amor e proteção nas ruas, guiados por uma constelação que brilhava só para eles. As crianças que folheavam o livro riam e se emocionavam, enquanto os pais reconheciam, nas entrelinhas, uma lição sobre lealdade e empatia. Lucas, ao autografar exemplares, sentia a mão invisível que guiara sua escrita desde menino, como se Biriba e Bituca, agora estrelas, aprovassem cada palavra.
O segundo sonho se realizou na Bienal do Livro de São Paulo, onde Lucas lançou seu primeiro livro infantil, Biriba e Bituca, a amizade das estrelas. A obra, escrita com a mesma sensibilidade que marcara sua redação de infância, contava a história de um gato e um cachorro que, ao lado de um menino sem nada, encontravam amor e proteção nas ruas, guiados por uma constelação que brilhava só para eles. As crianças que folheavam o livro riam e se emocionavam, enquanto os pais reconheciam, nas entrelinhas, uma lição sobre lealdade e empatia. Lucas, ao autografar exemplares, sentia a mão invisível que guiara sua escrita desde menino, como se Biriba e Bituca, agora estrelas, aprovassem cada palavra.
Manoel, presente na Bienal com Márcia e Clara, abraçou o filho após o evento, o orgulho brilhando em seus olhos. Enquanto caminhavam juntos pelo pavilhão, Manoel perguntou, com um sorriso curioso: “Luquinhas, por que você começou com Biriba e Bituca? Por que não com Manoelzinho, o menino da sua redação?” Lucas sorriu, olhando para o teto do pavilhão como se pudesse ver as estrelas além dele. “Pai, Biriba e Bituca, a amizade das estrelas é pra honrar os anjinhos que nunca abandonaram o Manoel da carta. Mas eu tô guardando a história dele pra algo especial. No ano que vem, quero lançar Manoel, um gatinho e um menino que viraram estrelas na Bienal do Livro carioca. É lá, em Ipanema, onde tudo começou, onde ele virou luz, onde você me encontrou, onde a nossa constelação brilha mais forte.”
Manoel sentiu um nó na garganta, as lágrimas escorrendo enquanto abraçava o filho novamente. Ele pensou na carta psicografada, na adoção que o trouxera à casa de Thiago e Clarice, e no gatinho Manoelzinho, que inspirara o abrigo em São Paulo. “Você tá certo, meu filho,” disse, a voz embargada. “O Manoel merece voltar pra Ipanema, onde as estrelas sempre souberam o nome dele.” Naquela noite, de volta ao apartamento em São Paulo, Lucas e Amaraliz sentaram-se no quintal, ao lado do Abrigo Estrelinha. Os gatos resgatados dormiam em suas caminhas, enquanto Luninha, Solzinho, Biriba, Bituca e Assad — os gatinhos de Ipanema, que Manoel enviara para visitar — brincavam sob o olhar atento do jazigo de Manoelzinho. Lucas olhou para o céu, onde as cinco estrelas da constelação brilhavam com uma intensidade que parecia atravessar a poluição da cidade. Ele segurou a mão de Amaraliz e sussurrou: “Eles tão felizes, né? Manoel, Biriba, Bituca, Assad... e o nosso Manoelzinho.” Amaraliz sorriu, encostando a cabeça no ombro dele. “Tão, sim, Lucas. E eles tão orgulhosos de você, por levar a história deles pro mundo.”
No ano seguinte, quando a Bienal do Livro carioca chegasse, Lucas sabia que lançaria Manoel, um gatinho e um menino que viraram estrelas sob o céu de Ipanema, onde a constelação brilharia mais forte, como um farol para todos que acreditassem no poder do amor desinteressado. E, em cada página, em cada palavra, a luz de Manoel, o mendigo, continuaria a guiar gerações, unindo humanos e seus anjinhos de quatro patas sob a mesma constelação.
Lucas conversa com o pai e lembra a infância e a inocência
Lucas conversa com o pai e lembra a infância e a inocência
Era uma noite tranquila em Ipanema, e Manoel, agora um escritor de renome, estava na varanda da casa herdada de Thiago e Clarice, olhando para o céu onde a constelação de cinco estrelas — Manoel, Biriba, Bituca, Assad e Manoelzinho — brilhava com uma luz que parecia pulsar só para ele. Luninha, Solzinho e os três gatinhos, Biriba, Bituca e Assad, dormiam no jardim, suas silhuetas iluminadas pela lua, como se guardassem a memória dos que vieram antes. Lucas, agora com 21 anos, viera de São Paulo para visitar a família antes do lançamento de seu livro Biriba e Bituca, a amizade das estrelas na Bienal do Livro de São Paulo. Ele se sentou ao lado do pai, segurando uma xícara de chá, os olhos carregados de uma mistura de nostalgia e gratidão. “Pai,” começou Lucas, com um sorriso tímido que lembrava o menino que ele fora, “lembra quando eu te chamei pra ver o Pitoco e a Peraltinha ‘rezando’ pras estrelas, e você me perguntou se eu sabia por que os animaizinhos morriam mais cedo, e eu respondi nervoso ‘num sei e nem quero sabê!’?”Manoel riu baixinho, a memória daquele momento trazendo um calor ao peito. “Lembro bem, meu filho. Você tava com cinco anos, todo revoltado, querendo proteger seu coração daquela verdade.”
Lucas assentiu, os olhos voltados para o céu, onde as cinco estrelas pareciam ouvir a conversa. “Pois é... Levei 15 anos pra perceber essa verdade. O Manoelzinho me ensinou com o amor dele e a saúde fraquinha, esperando pela inauguração do Abrigo Estrelinha. Ele era um gatinho especial... ai, ai.”
Lucas assentiu, os olhos voltados para o céu, onde as cinco estrelas pareciam ouvir a conversa. “Pois é... Levei 15 anos pra perceber essa verdade. O Manoelzinho me ensinou com o amor dele e a saúde fraquinha, esperando pela inauguração do Abrigo Estrelinha. Ele era um gatinho especial... ai, ai.”
Manoel olhou para o filho, vendo nele a mesma sensibilidade que o conectara à carta psicografada e à redação de infância. Ele pensou no gatinho Manoelzinho, que trouxera gatos doentes e abandonados para a porta de Lucas em São Paulo, inspirando a criação do abrigo, e que partira em paz no sono, como se sua missão estivesse cumprida. “Ele era especial, sim, Luquinhas,” disse Manoel, a voz suave, mas cheia de emoção. “Assim como o Manoel da carta, o Biriba, o Bituca e até o Assad. Eles todos tinham esse dom de ensinar a gente a amar, mesmo quando não tinham nada pra dar.” Lucas enxugou uma lágrima, sorrindo com a lembrança do gatinho de olhos gentis. “Sabe, pai, quando o Manoelzinho morreu, e a gente sepultou ele com a constelação na lápide, eu senti ele subindo pras estrelas, como se ele soubesse que ia se juntar aos outros. E agora, escrevendo Biriba e Bituca, e me preparando pra lançar Manoel, um gatinho e um menino que viraram estrelas no Rio, sinto ele comigo, guiando minhas palavras, como você sempre disse que sentia uma mão invisível.” Manoel abraçou o filho, sentindo o peso e a beleza daquele momento. “É isso, meu filho. Eles tão todos com a gente, na constelação, no abrigo, nas histórias que você escreve. O Manoelzinho esperou o abrigo ficar pronto porque ele sabia que o amor dele ia continuar, através de você, da Amaraliz, dos voluntários, de todos os gatos que vocês salvaram.”
No jardim, Luninha e Solzinho ergueram os olhos para o céu, como se respondessem às palavras de Manoel. Os gatos Biriba, Bituca e Assad, os filhotes já crescidos de Luna e da mesma ninhada do Anjinho Manoelzinho, se juntaram a eles, suas silhuetas formando um pequeno círculo, como se prestassem homenagem à constelação. Márcia e Clara, que se aproximavam com um prato de biscoitos, pararam ao ver pai e filho na varanda, os olhos voltados para as estrelas. “Eles tão conversando sobre as estrelas de novo, né?” perguntou Clara, sorrindo. Márcia assentiu, com um brilho nos olhos. “Sempre vão estar, Clara. É o que mantém a gente unido.”
Lucas olhou para o pai, a voz firme, mas carregada de emoção. “Pai, quando lançar o livro no Rio, vou dedicar ele ao Manoelzinho, ao Manoel da carta, e a todos os animaizinhos que nos ensinam a amar. Eles merecem.” Manoel sorriu, orgulhoso. “Eles vão adorar, meu filho. E as estrelas vão brilhar ainda mais forte.” Sob o céu de Ipanema, as cinco estrelas da constelação pareciam pulsar em aprovação, iluminando a casa, o abrigo em São Paulo, e os corações de todos que, como Lucas, aprendiam com os “anjinhos de quatro patas” que o amor é a força que conecta a Terra ao astral, para sempre.
Juvenal, o gatinho branco com testinha laranjinha e com miado especial. O sucessor de Manoelzinho.
Juvenal, o gatinho branco com testinha laranjinha e com miado especial. O sucessor de Manoelzinho.
Em São Paulo, o Abrigo Estrelinha prosperava como um oásis de cuidado e esperança, com gatos resgatados miando felizes e voluntários se revezando para manter o espaço vivo. Lucas, agora com 21 anos, e Amaraliz, sua esposa e a veterinária dedicada do abrigo, encontravam propósito em cada vida felina que salvavam, guiados pelo legado do gatinho Manoelzinho, cuja lápide com a constelação de cinco estrelas brilhava no quintal como um farol de amor. A casa em Ipanema, onde Manoel, Márcia e Clara continuavam a cuidar de Luninha, Solzinho e os gatinhos Biriba, Bituca e Assad, parecia pulsar em sintonia com o abrigo, como se a constelação no céu conectasse os dois lugares. Entre os primeiros gatos que Manoelzinho trouxera para o apartamento de Lucas estava um gatinho filhote de pelo branquinho, frágil e com olhos que carregavam uma história de abandono. Seu miado, rouco e falhado, vinha sempre em duplas — “mrau, mrau” — como se ele conversasse com o mundo de um jeito único. Lucas, ao ouvir aquele som pela primeira vez, sentiu um aperto no coração e um apego imediato. Amaraliz, com sua habilidade gentil, cuidou do gatinho, tratando suas feridas e alimentando-o até que ele recuperasse a força. Eles o nomearam Juvenal, um nome que parecia combinar com sua alma resiliente e carinhosa
Com o tempo, Juvenal tornou-se uma figura central no Abrigo Estrelinha. Após recuperar sua robustez, com o pelo branquinho com a "coroazinha" laranjinha na cabeça e agora brilhante, ele assumiu o papel de um “paizão” para os outros gatinhos, lambendo os recém-chegados, guiando-os até os comedouros ou deitando-se ao lado dos mais assustados, como se dissesse que ali estavam seguros. Sempre que Amaraliz entrava no gatil, Juvenal pulava em seu colo, ronronando alto e soltando seu característico “mrau, mrau” rouquinho, como se agradecesse por cada cuidado. Lucas, observando a cena, sorria, sentindo que Juvenal era mais do que um gato resgatado — era um mensageiro do mesmo amor que Manoelzinho trouxera à sua vida.
Com o tempo, Juvenal tornou-se uma figura central no Abrigo Estrelinha. Após recuperar sua robustez, com o pelo branquinho com a "coroazinha" laranjinha na cabeça e agora brilhante, ele assumiu o papel de um “paizão” para os outros gatinhos, lambendo os recém-chegados, guiando-os até os comedouros ou deitando-se ao lado dos mais assustados, como se dissesse que ali estavam seguros. Sempre que Amaraliz entrava no gatil, Juvenal pulava em seu colo, ronronando alto e soltando seu característico “mrau, mrau” rouquinho, como se agradecesse por cada cuidado. Lucas, observando a cena, sorria, sentindo que Juvenal era mais do que um gato resgatado — era um mensageiro do mesmo amor que Manoelzinho trouxera à sua vida.
Mas havia um hábito de Juvenal que encantava Lucas e Amaraliz ainda mais. Nos fins de tarde, quando o quintal do condomínio ficava tranquilo, Juvenal caminhava até o pequeno jazigo onde Manoelzinho repousava, a lápide com a constelação de cinco estrelas reluzindo sob o sol poente. Ele se sentava ao lado da pedra, passava a cabeça delicadamente na superfície gravada, como se acariciasse as estrelinhas, e erguia os olhos para o céu. “Mrau, mrau,” repetia, baixinho, o som rouco ecoando como uma prece. As cinco estrelas — Manoel, Biriba, Bituca, Assad e Manoelzinho — pareciam brilhar em resposta, mesmo antes do anoitecer, como se reconhecessem o gesto do gatinho.
Lucas e Amaraliz, parados no quintal, observavam a cena com os olhos marejados. “O Juvenal sempre fica assim quando vem pra perto do jazigo do Manoelzinho,” disse Lucas, a voz carregada de emoção. Amaraliz, segurando a mão do marido, completou: “É a forma dele agradecer... como se soubesse que o Manoelzinho abriu o caminho pra ele e pra todos os outros.”
Lucas e Amaraliz, parados no quintal, observavam a cena com os olhos marejados. “O Juvenal sempre fica assim quando vem pra perto do jazigo do Manoelzinho,” disse Lucas, a voz carregada de emoção. Amaraliz, segurando a mão do marido, completou: “É a forma dele agradecer... como se soubesse que o Manoelzinho abriu o caminho pra ele e pra todos os outros.”
Naquela noite, enquanto Lucas trabalhava no roteiro de Manoel, um gatinho e um menino que viraram estrelas, que seria lançado na Bienal do Livro carioca no ano seguinte, ele pensou em Juvenal e no seu “mrau, mrau” rouco, tão cheio de gratidão. Ele incluiu no livro uma dedicatória especial: “Para Manoelzinho, que nos ensinou a cuidar, e para Juvenal, que nos lembra que o amor sempre encontra um jeito de dizer obrigado.” Amaraliz, ao ler o texto, abraçou Lucas, sentindo que o Abrigo Estrelinha, o jazigo e até o gatinho Juvenal eram parte de uma história maior, guiada pela constelação que brilhava no céu. De volta a Ipanema, Manoel, ao saber de Juvenal por uma ligação de Lucas, sorriu ao olhar para Luninha, Solzinho e os gatinhos Biriba, Bituca e Assad, que brincavam no jardim. “Esse Juvenal é mais um anjinho que o Manoelzinho mandou pra vocês,” disse ele ao filho, a voz cheia de orgulho. No céu, as cinco estrelas pareciam pulsar, como se aprovassem a chegada de Juvenal e sua missão de cuidar e agradecer, unindo o Abrigo Estrelinha à casa em Ipanema numa corrente de amor que atravessava a Terra e o astral.
Próximo capítulo: Miqueias, o menino que superou a perda de seu cãozinho e que se conectou com o amoroso Juvenal, o gato que multiplicava amor.
Próximo capítulo: Miqueias, o menino que superou a perda de seu cãozinho e que se conectou com o amoroso Juvenal, o gato que multiplicava amor.
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